Trinta Anos
Trinta anos, uma vida dada à escola que vi nascer e me fez
crescer até ao que sou hoje. Nas suas paredes, nos seus alicerces ficam
gravadas as minhas palavras para sempre ou até ao dia em que elas farão parte
do edifício devoluto, quem sabe a destruir, para dar lugar a outro novo, sem
história, mas a aguardar um futuro risonho ou não.
Mas a história não acaba aqui. Uma construção tão complexa
como é a educação precisa de outras vertentes que não só a do espaço. As
palavras e os atos levam-nos também os alunos que nela passaram. São eles que
os transportam consigo e os fazem viajar até outras paragens, algumas delas
longínquas, dando a conhecer ao mundo o que por cá se fez e continuará a fazer
para as gentes vindouras.
Hoje Mães d`Água, ontem secundária da freguesia que lhe deu
nome inicial, Falagueira, casa de muitos professores que por cá passaram,
também eles construtores amigos do meu ser. Casa de tantos afetos com os quais
o meu coração se foi enchendo durante tantos anos. Período no qual as raízes
solidificaram e onde tempo houve para, das ramificações profundas criadas,
frutificarem os frutos que alimentaram a minha felicidade como professor e como
homem.
Eis-me aqui chegado! Sem um final à vista nesta luta diária
em que se tornou a educação nestes últimos anos (ensinar, mas sobretudo
educar), continuarei de mão firme a tarefa de que me incumbi inicialmente, com
a mesma vontade e com a mesma motivação.
13 de janeiro de 2014
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